ITCP UNB/COOPERCARAJAS PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA, TECNOLOGIA SOCIAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA NA COOPERATIVA DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO AGROECOLÓGICA CARAJÁS

SUMÁRIO

A) CONTEXTO DA PROPOSTA
B) RELEVÂNCIA E IMPACTOS ALCANÇADOS PELO PROJETO
C) OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS E RESULTADOS SINTÉTICOS
D) DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES REALIZADAS
E) ARTICULAÇÃO COM OUTROS PROJETOS/ POLÍTICAS PÚBLICAS/ MOVIMENTOS E PARCERIAS
F) ANÁLISE DO PROJETO
G) CONCLUSÕES

A) CONTEXTO DA INCUBAÇÃO

O PROJETO DE INCUBAÇÃO COOPERCARAJAS (PI) apresentado ao Edital No 27/2017 SENAES/CNPq (e realizado entre 2017-2019) teve com objetivo apoiar o fortalecimento institucional e produtivo da Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás (CooperCarajas), entre produtores experientes, juventude rural e mulheres além de consumidores urbanos que apoiam a produção agroecológica. Visava também a habilitá-los a trabalhar com comércio eletrônico e economia solidária a partir de grupos focais com 12 famílias em três assentamentos no DF e Entorno, a partir de três problemáticas:

  1. Fortalecimento da organização produtiva popular dos cooperados, com aumento e escoamento da produção, com consequente aumento da geração de renda;
  2. Envolvimento da juventude nas atividades do assentamento e fixação do jovem por meio de geração de ocupação e renda vinculadas a produção local e comercialização;
  3. Fomentar as relações em redes de assentados, com interação e comercialização entre economia solidária, pequenos comerciantes, produtores rurais e consumidores, com melhoria da logística de produção e da qualidade de vida no trabalho.

O Projeto ora avaliado teve como antecedente os trabalhos na fase 2014/16 de constituição da ITCP UnB, cujos resultados permitiram realizar as ações aqui apresentadas.

B) RELEVÂNCIA E CONTRIBUIÇÕES DO PI

As principais contribuições podem ser classificados em sete dimensões (adiante detalhadas):

  1. Melhoria da organização produtiva popular, com melhoria da produção, logística escoamento e cooperativismo ambiental e solidário mediante coparticipação de pesquisadores, produtores, jovens e familiares;
  2. Criação de práticas de aprendizagem e experiências formativas sociotécnicas em Tecnologia Social e economia solidária como estratégia de envolvimento da juventude no projeto e na cooperativa;
  3. Aumento da produção com aquisição de infraestrutura para melhoria da produtividade dos cooperados e da qualidade de vida no processo de produção, e sobretudo criação de melhores condições de saúde e bem-estar dos grupos sociais envolvidos;
  4. Capacitação em governança para incentivar o trabalho coletivo, especialmente no escoamento coletivo da produção, com redução de custos em logística para todos os cooperados, bem como capacitação de gestão no cooperativismo, tecnologia social e economia solidária que utilize conhecimentos técnicos e científicos;
  5. Auxilio aos grupos produtivos e aos assentados não associados um plano de desenvolvimento para mapeamento das capacidades individuais e coletivas de produção, dos mercados potenciais para expansão e das condições reais para acesso e construção de novos conhecimentos, em especial pelos jovens;
  6. Fortalecimento do modo de organização de grupos de assentados em três assentamentos, bem como na busca de novos mercados, e redução de custos operacionais pela localização de apoios compartilhados na logística;
  7. Incentivo à criação de um centro de formação para vivências e trocas de experiências em economia solidária, associativismo, agroecologia, mídias digitais e Tecnologia Social, associada com a percepção de moradia e desenho de ruas e equipamentos coletivos nos assentamentos.

C) OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS E RESULTADOS SINTÉTICOS

1) GERAIS

(I) Gerar trabalho e renda junto a Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás – CooperCarajas, através da organização produtiva popular com aumento produtivo agroecológico; (II) Apoiar o processo de inclusão na gestão de práticas formais de cooperativismo ambiental e solidário entre as famílias; (III) Fortalecer a rede de economia solidária e agricultura familiar com desenvolvimento de tecnologia social para melhorar os processos de produção, condições de trabalho e ampliação de novos mercados, com possibilidade de infraestrutura de acessibilidade digital para melhoria do fluxo de escoamento da produção; (IV) Promover o aumento e aprimoramento da produção agroecológica junto aos núcleos produtivos das famílias dos assentados vinculados a CooperCarajas.

2) ESPECÍFICOS

1. Consolidar o campo de atuação da ITCP TecSol da UnB do ponto de vista institucional hoje reconhecido como programa de extensão da UnB intitulado ITCP: Incubadora de Tecnologia Social e Economia Solidária para Cooperativas Populares, na Universidade de Brasília UNB.
Meta 1:
Criação de uma página (site) na internet com o perfil da ITCP, organizando os materiais em repositórios de interesse das comunidades envolvidas e divulgação de todas as ações; Vínculo com orçamento: bolsas e custeio.

D) DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES REALIZADAS

Fevereiro/2018

A partir de reunião entre os associados em 10 de fevereiro 2018 entre os membros da ITCP/UnB e da CooperCarajas, foram agendadas e realizadas visitas aos cooperados nos assentamentos onde vivem e produzem, para explicar os propósitos do projeto e intensificar o relacionamento Universidade/Sociedade, por meio dessa atividade de extensão da UnB, com apoio do CNPq e investimentos da Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Bolsistas, apoiadores e pesquisadores da ITCP UnB FUP.

Março/2018

O segundo mês de atividades do Projeto teve como premissa entender o processo organizativo atual CooperCarajas, bem como, dar antamento nas atividades previstas nos planos de trabalho. Assim, realizamos reuniões com a assessoria contábil da Cooperativa e nova rodada de diálogo com os dirigentes. Identificamos que o processo formal da Cooperativa precisa ser novamente estabelecido por meio da regularização de documentos fiscais e de abertura de conta-corrente bancária, para que seja possível realizar as transações de comercialização, ações que foram encaminhadas.

Abril/2018

Outro ponto identificado no debate com os dirigentes refere-se à substituição e formalização do Conselho de Administração da CooperCarajas, para designar os associados com disposição de fomentar e encaminhar as novas tarefas. Para isso, foi definida a data de realização de uma Assembleia Geral da Cooperativa, marcada para o dia 20/05/2018, no Assentamento Cunha. Com o encaminhamento da Assembleia, foi possível que nossos bolsistas estabelecem contato com todos os associados, para ajudar na convocação e esclarecimento sobre a importância Assembleia.

Bolsistas pesquisadores em atividade:

Claiton Mello: Vínculo às metas 3, 4 e 5. Principais atividades:

  1. coordenar as reuniões entre ITCP e CooperCarajas;
       
  2. participar das reuniões de campo com os dirigentes e produtores dos     assentamentos envolvidos no processo produtivo da CooperCarajas;
       
  3. participar das decisões sociotécnicas para encontrar as soluções de TI para a gestão da CooperCarajas;
       
  4. elaborar relatórios técnicos de acompanhamento do projeto.

Erivan Cortez: Vínculo às metas 2, 5, 6 e 7. Principais atividades:

  1. atuar como agente de mobilização pedagógica junto aos jovens e mulheres nos assentamentos vinculados à CooperCarajas;
       
  2. montagem e atualização de cadastro de produtores-associados,     pesquisadores-bolsistas, bolsistas e técnicos de apoio, pessoal das     redes de apoiadores familiares (consumidores agroecológicos);
       
  3. centralizar e organizar os contatos e agendamentos de eventos entre ITCP e CooperCarajas;
       
  4. encaminhar as necessidades do projeto COOPERCARAJAS junto à administração interna na UnB;
       
  5. auxiliar na interação com corpo docente da UnB com o projeto e suas demandas.

Fabrício Silva: Vínculo às metas 1, 3 e 5. Principais atividades:

  1. contribuir no desenvolvimento das páginas institucionais, na internet, da ITCP e da CooperCarajas;
  2. desenvolver     e construir banco de dados para fortalecimento da gestão da CooperCarajas;
  3. dar assistência técnica em ferramentas de gestão de dados e conteúdos de software livre;
  4. construir e gerenciar estruturas de comunicações entre ITCP e CooperCarajas.

Ricardo Neder: Vínculo à meta 6. Principais atividades:

Desenvolver e implantar um ciclo de conferências e palestras de convidados brasileiros e estrangeiros sobre a estrutura da economia solidária no Brasil, no Centro-Oeste, e no DF, e a necessidade deste tipo de política pública receber aportes de ensino, pesquisa e extensão tecnocientífica. Principal atividade relacionada ao Objetivo Específico 6: Fomentar a estruturação da ITCP TecSol da UnB a fim de convertê-la em um espaço institucional maduro e avançado de intercâmbio com colegas e unidades de ensino, pesquisas e ações direcionadas a educação e gestão de política científica e tecnológica, em associação com a formação científica de estudantes sob um novo formato de pesquisa ação com demandas sociais por C&T.

Claudinei Silva: Vínculo às metas 3, 4 e 5. Principais atividades:

  1. colaborar com o processo de certificação agroecológica dos produtores     associados à CooperCarajas;
       
  2. contribuir no levantamento de informações sobre a produção para melhoria da gestão de comercialização;
       
  3. organizar os encontros com os cooperados nos assentamentos e a incubadora para consolidação da certificação agroecológica.

Vicente Almeida: Vínculo às metas 3, 4 e 5. Principais atividades:

  1. realizar diagnóstico sobre o processo produtivo agroecológico dos     produtores associados à CooperCarajas;
       
  2. documentar     as informações sobre a produção para gerar melhoria da gestão de comercialização;
       
  3. organizar os encontros com os cooperados nos assentamentos e a incubadora para consolidação do diagnóstico sobre a produção agroecológica.

Ainda em Maio, as ações do Projeto tiveram como dinâmica a articulação com outras iniciativas da economia solidária e o apoio para a realização da assembleia da CooperCarajas. Foi estabelecido o diálogo com dirigentes do Centro de Economia Solidária do DF, ação que ocorre em parceria com o Governo Distrito Federal. O encontro com seus coordenadores (Marcelo e Synara) possibilitou prever a realização conjunta de um seminário sobre economia solidária e tecnologia social. A perspectiva será a de realizar (em dezembro de 2018 ou janeiro 2019) um evento que envolva empreendimentos econômicos e solidários Centro-Oeste, com ênfase nos empreendimentos do DF. Essa atividade está relacionada à meta 6 deste Projeto. Importante espaço de diálogo foi a participação de membros do projeto, em 16 de maio, no encontro promovido pela União Nacional das Organizações Cooperativas e Solidárias (Unicopas). O evento teve o objetivo de homenagear o Professor Paul Singer, e promover o lançamento da plataforma “POR UM BRASIL COOPERATIVO E SOLIDÁRIO”, que apresenta as principais pautas da Economia Solidária para a elaboração de projetos de Lei e para o desenvolvimento de programas e políticas públicas de fomento ao Cooperativismo e Associativismo nacional.

Em maio de 2018, a atividade central do projeto foi direcionada para a realização da Assembleia Geral da Coopercarajas, no dia 20 de maio, que aconteceu no Assentamento Cunha. A Assembleia contou com a seguinte ordem do dia:

1.Eleição de novos membros do Conselho de Administração;
2.Definição de novo local para a sede da CooperCarajas;
3. Admissão de novos filiados;
4. Apresentação de Plano Produtivo e de Comercialização;
5. Apresentação da parceria do projeto da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UnB – ITCP/UnB com a CooperCarajas;
6. Outros assuntos de interesse dos associados. A partir da realização da Assembleia foi possível estabelecer com os produtores uma agenda de visitas nos assentamentos, para aprofundar o diagnóstico sobre a produção e comercialização e preparar a certificação de produtores de alimentos orgânicos, para o próximo período.

A partir da realização da Assembleia foi possível estabelecer com os produtores uma agenda de visitas nos assentamentos, para aprofundar o diagnóstico sobre a produção e comercialização e preparar a certificação de produtores de alimentos orgânicos, para o próximo período.

A partir da realização da Assembleia foi possível estabelecer com os produtores uma agenda de visitas nos assentamentos, para aprofundar o diagnóstico sobre a produção e comercialização e preparar a certificação de produtores de alimentos orgânicos, para o próximo período.
Foto assembleia

Junho 2018 A partir dos desdobramentos da Assembleia realizada no mês anterior, em Junho foi iniciada uma primeira rodada de visitas nos Assentamentos que fazem parte da CooperCarajas. Inicialmente, no dia 13, houve uma reunião no Assentamento Pequeno William, em Planaltina, DF, para preparar e organizar o dia que seria feito o diagnóstico de produção e comercialização dos produtores cooperados.

O trabalho de diagnóstico foi realizado pelos pesquisadores bolsistas Vicente e Claudinei, ao longo do mês, junto aos quatro cooperados produtores, conforme relatório técnico. Em síntese, identificou-se grande potencial de aumento da produção. No entanto, vários problemas comuns foram apontados: falta de licença ambiental para ampliar produção nos lotes; burocracia e falta efetividade do PAA (produtores perdem a produção pela falta de compromisso do programa com aquisição seus produtos); as mudas de hortaliças adquiridas são de qualidade muito instável; problemas com falta de água e perdas na comercialização que pode chegar em até a 20% (sem venda e/ou canais de comercialização mais estáveis de confiáveis) alem de um problema de fundo, a ausência de uma gestão minimamente autogerida capaz de documentar o processo de produção e de comercialização além de gerir também a manutenção dos equipamentos e máquinas do Assentamento. Em junho também houve a visita no Assentamento Líder, em Luziânia, GO, para preparar a atividade de diagnóstico da produção e comercialização, ação prevista para o mês de Julho. Lá, na área de Dona Dedirce, foi identificado grande potencial na produção de mudas, o que poderá servir para o atendimento de todos os cooperados.
Foto diagnóstico
Julho 2018 A partir do trabalho de diagnóstico realizado junto aos assentamentos e sobre as definições da assembleia da CooperCarajas, realizada em Maio, a Incubadora, juntamente com os dirigentes da Cooperativa, trabalharam no sentido de estabelecer o os pontos de comercialização, para o escoamento da produção agroecológica. Foram mapeados pontos possíveis de se estabelecer a primeira Feira Agroecológica da CooperCarajas. Na ocasião houve a decisão de iniciar a primeira Feira em parceria com a Administração do Condomínio Solar da Serra, localizado na região do Lago Sul, em Brasília. Nesse local, já havia acontecido uma experiência anterior de fornecimento de cestas semanais, no ano de 2017, mas que foi descontinuada em função de problemas de logística. Considerando a existência de um diálogo anterior com os moradores do Condomínio, foi estabelecida uma comunicação prévia pelas redes sociais com os moradores, convidando a todos para participarem da Feira no dia 28 de Julho de 2018, sábado.

Foto feira Solar
A Feira teve imediata receptividade e boa aceitação por parte dos moradores, que deram incentivo para continuidade à Feira, de forma periódica. Assim, no final da atividade, em reunião com os agricultores que participaram e trouxeram sua produção e, em colaboração com a Administração do Condomínio Solar da Serra, foi estabelecido que seria realizada a Feira no Condomínio em todos os sábados pelas manhãs.

Agosto 2018 A partir de agosto, todos os sábados, passou a ser realizada a Feira Agroecológica no Condomínio Solar da Serra, o que mobilizou um público de aproximadamente 40 famílias consumidores. Em reunião entre os cooperados e com a participação de integrantes da Incubadora, foi definido que 10% do resultado financeiro de cada feira deverá ser revertido para a CooperCarajas, para que se constitua um fundo que garanta as despesas de formação e gestão da Cooperativa.

Foto reunião



Outra ação fundamental da Incubadora, que já vinha acontecendo desde o início do projeto, foi a facilitação para que a CooperCarajas acessasse o sistema bancário. Foram realizadas reuniões com contadores, registros de documentos constitutivos da Cooperativa na Junta Comercial e, finalmente, a abertura de conta-corrente no Banco Regional de Brasília (BRB). Foram sobre muitas barreiras e entraves burocráticos que a Incubadora pode colaborar para que a Cooperativa pudesse superá-las e conseguir alcançar o direito à conta bancária.
A Incubadora participou da Segunda Festa Nacional do Baru (Fenabaru), que aconteceu em Arinos (MG), com o deslocamento do pesquisador Vicente Almeida. O objetivo na participação da Fenabaru foi o de viabilizar o encontro com técnicos e dirigentes de outras cooperativas, para troca de experiências e avaliações sobre o negócio do baru e possibilidades de participação da CooperCarajas. Houve reuniões com a Coopabase e a CoopSertão, cooperativas que atuam naquela região de Minas Gerais.

Ainda no mês de Agosto, a Incubadora contribuiu para articulação de um segundo ponto de comercialização para a CooperCarajas, em parceria com o Restaurante Terra Viva, localizado na área comercial da Super Quadra Norte 202. Foram realizadas reuniões e encaminhada uma carta de apresentação da CooperCarajas ao estabelecimento comercial que, posteriormente, aceitou a parceria e cedeu o espaço em frente ao Restaurante para a realização da Feira Agroecológica da CooperCarajas.
foto
Setembro 2018 Foi realizada a segunda assembleia da CooperCarajas, neste ano de 2018, que foi realizada no dia 9 de Setembro, cuja convocação era a seguinte: Edital de convocação de Assembleia Geral da Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás – CooperCarajas. O Conselho convoca todos os filiados à Cooperativa para participarem da Assembleia Geral que será realizada no dia 09 de Setembro de 2018, no Assentamento Pequeno William, Planaltina, DF, às 13h30 em primeira chamada, 14 horas em segunda chamada e, às 14h30 em terceira chamada, conforme Artigo 25 de seu Estatuto. A Assembleia contará com a seguinte ordem do dia:

1. Definição do Plano Produtivo e de Comercialização 2018/2019; 2. Admissão de novos filiados; 3. Outros assuntos de interesse dos associados.
Quanto ao Plano Produtivo e de Comercialização, duas ações importantes foram fomentadas pela Incubadora para apoiar a CooperCarajas. Uma diz respeito ao processo de capacitação realizado no Assentamento Mãe das Conquistas, em Buritis (MG), com os novos cooperados, e a possibilidade de promover investimentos com recursos do projeto, com a instalação de duas Cozinhas Escola, uma no Assentamento Pequeno William e outra no Assentamento Oziel Alves III (ambOS EM Planaltina DF) junto ao grupo de mulheres que já vinham participando das Feiras Agroecológicas da CooperCarajas e agora, na Assembleia, firmaram suas filiações.
Foto assembleia

Em continuidade ao fortalecimento do processo de comercialização da CooperCarajas, a Incubadora continuou o acompanhamento e o incentivo às Feiras Agroecológicas. A Feira realizada no Condomínio Solar da Serra continua e está em processo de consolidação. O segundo espaço de Feira da CooperCarajas, em parceria com o Restaurante Terra Viva, teve início no dia 27 de Setembro, com a perspectiva de realização semanal, em todas as quintas-feiras.

Outros espaços foram prospectados pela Incubadora para a realização de feiras agroecológicas: a administração do Condomínio Solar de Brasília, e com a administração do Condomínio Estância Quintas da Alvorada, ambos localizados na região do Lago Sul, em Brasília. A realização neste locais depende de efetivarmos parcerias institucionais, e avançarmos a gestão contábil e registros administrativos.

Em setembro, como parte das atividades de fomento a incubadora ITCP realizou curso de formação sobre Produção e Comercialização junto aos agricultores do Assentamento Mãe das Conquistas, em Buritís (MG), ministrado pelos bolsistas pesquisadores e Eng. Agrônomos Vicente Almeida e Claudinei Silva, e com a participação do convidado, Sr. Pablo Oliveira. O curso aconteceu no domingo, 30 de setembro, conforme deliberado em assembleia geral da CooperCarajas, realizada no dia 09 de setembro de 2018, destinado aos novos associados da CooperCarajas daquele assentamento. O objetivo era a consolidação do núcleo produtivo regional da Cooperativa no Noroeste Mineiro, bem como iniciar um processo de transição agroecológica das famílias que produzem e comercializam abóboras e demais produtos da região. A atividade contou com a participação de 14 pessoas dentre homens, mulheres e jovens envolvidas na produção de abóbora japonesa, milho, feijão, arroz, mandioca, folhosas, leite, baru e ovos. O curso contou com a colaboração do Sr. Pablo Oliveira, produtor e comerciante de produtos orgânicos no DF há 14 anos, e que compartilhou suas experiências como agricultor e comerciante de produtos orgânicos com os presentes. Além dos conhecimentos técnicos repassados em aula, foi realizada uma visita em dois campos de produção tradicional de abóbora no assentamento, onde diversas outras informações e detalhes no manejo das culturas foram discutidos, bem como os procedimentos requeridos para que as famílias iniciem o processo de conversão agroecológica da produção de abóbora.

Foto formação

Outubro 2018 Articulação cestas

Foto cestas

Novembro 2018 parceria cestas



Dezembro 2018

Janeiro 2019

Fevereiro 2019 Assembleia Edital de convocação de Assembleia Geral da Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás – CooperCarajas

O Conselho de Administração da CooperCarajas convoca todos os filiados à Cooperativa para participarem da Assembleia Geral que será realizada no dia 10 de Fevereiro de 2019, no Assentamento Oziel Alves (Pipiripal), Planaltina, DF, às 13h30 em primeira chamada, 14 horas em segunda chamada e, às 14h30 em terceira chamada, conforme Artigo 25 de seu Estatuto. A Assembleia contará com a seguinte ordem do dia: 1. Eleição do novo Conselho de Administração da CooperCarajas; 2. Eleição do novo Conselho Fiscal da CooperCarajás; 3. Novos filiados; 4. Outros assuntos de interesse dos associados.

Conselho de Administração da CooperCarajas Foto

Março 2019 Assembleia Edital de convocação de Assembleia Geral Ordinária da Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás – CooperCarajas O Conselho de Administração da CooperCarajas convoca todos os filiados à Cooperativa para participarem da Assembleia Geral que será realizada no dia 30 de Março de 2019, na Fazenda Taboquinha, Condomínio Rural Solar da Serra, Quadra H, Lote 20, Jardim Botânico-DF, às 13 horas em primeira chamada, 13h30 em segunda chamada e, às 14 horas em terceira chamada, conforme Artigo 25 de seu Estatuto. A Assembleia contará com a seguinte ordem do dia: 1. Avaliação do Exercício Social anterior; 2. Análise do Balanço Anual; 3. Apreciação do parecer do conselho fiscal; 4. Destinação das sobras ou rateiro das perdas do ano de 2018; 5. Análise do Plano de Metas para o novo período; 6. Outros assuntos de interesse dos associados.

Conselho de Administração da CooperCarajas


Abril 2019
Foi realizado o Encontro de Economia Solidária do DF e Entorno, articulado pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade de Brasília (ITCP/UnB/FUP), em parceria com o Fórum de Economia Solidária do DF e Entorno (FESDFE) e o Centro de Estudos e Assessoria (CEA). O objetivo foi a busca de consensos e entendimentos para as ações conjuntas nas diversas frentes da EcoSol no DF e Entorno, bem como, para o fortalecimento da Política Nacional e do DF de EcoSol, em aliança com entidades e organizações sociais militantes do campo popular. Foto
Maio 2019
Elaboração do Relatório Técnico Final.

E) I) ARTICULAÇÃO COM OUTROS PROJETOS/ POLÍTICAS PÚBLICAS/ MOVIMENTOS E PARCERIAS

  • FIOCRUZ/Fundação     Oswaldo Cruz: apoio     para busca de fomentos oficinais junto ao programa Economia     Solidária do BNDES – Cooperação     de produção e comercialização. Participou     de projeto     de agrobiodiversidade Itália/Brasil (2006-2007),     produção     agroecológica e apoio     a ações integradas de saúde, alimentação e soberania alimentar     dos cooperados da COOPERCARAJAS.
       
  • GDF/Governo     do Distrito Federal/Administração do Plano Piloto: cooperação de logística, por meio de licenciamento de espaços para comercialização dos produtos agroecológicos.     
       
  • Concrab/Confederação de Cooperativas da Reforma Agrária do Brasil: Cooperação técnica     por meio dos polos     de irradiação do manejo da agrobiodiversidade implantados por     intermédio do Projeto Manejo Sustentável da Agrobiodiversidade dos     Biomas Cerrado e Caatinga. A Concrab neste projeto auxiliará     na implementação e consolidação     da cooperativa.
       
  • Rede     de Sementes Bionatur/Sementes agroecológicas: é uma organização de agricultores assentados da reforma agrária e produtores de sementes de diversas espécies em sistemas de produção agroecológica. São cultivares de polinização aberta, viabilizando sua reprodução por outros agricultores. A Bionatur será um importante parceiro na transição agroecológica na produção dos assentados cooperados à CooperCarajas.
       
  • Condomínio Estância Quinta da Alvorada: parceria para a realização de feiras agroecológicas semanais, atividade que se mantém;
       
  • Condomínio Solar da Serra: parceria para a realização de feiras agroecológicas semanais, atividade qu se mantém;
       
  • Restaurante Terra Viva: parceria para a realização de feiras agroecológicas semanais, atividade que iniciou, mas não prosperou;
       
  • Condomínio Solar de Brasília: parceria para a realização de feiras agroecológicas semanais, atividade ainda não iniciada;
       
  • Mercado Sul Taguatinga: ponto de entrega das cestas agroecológicas;
       
  • Sindicato dos Bancários de Brasília: ponto de entrega das cestas agroecológicas;

F) ANÁLISE DO PROJETO
Um olhar sobre a interação entre a Universidade-ITCP/UnB e a CooperCarajas

A ITCP da Universidade de Brasília, Campus Planaltina, (ITCP/UnB/FUP) tem buscado realizar sua atuação com base nessa outra visão cognitiva e reforçando a política e a ação CTS. Dentre os trabalhos desenvolvidos pela Incubadora, destaca-se o projeto de apoio ao fortalecimento institucional à Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica Carajás (CooperCarajas). Trata-se de uma cooperativa formada por agricultores familiares, assentados da reforma agrária e vinculados aos Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), participantes de assentamentos no Distrito Federal e Entorno.
A CooperCarajas representa na prática a antítese da tecnologia convencional capitalista e se afirma como promotora da tecnologia social: sua formação social é composta por agricultores familiares pobres, excluídos e periféricos; a base da produção é agroecológica, sem uso de veneno ou fertilizantes químicos; a organização social é construída em bases democráticas, com a participação de todos e decisões coletivas. Pode-se constatar uma força expressiva dessa cooperativa e de seus cooperados, na medida em que, praticamente, todos os seus movimentos são o de remar contra a maré capitalista e excludente.
A primeira interação da Incubadora com a CooperCarajas aconteceu em 2013, quando pode contar com os recursos financeiros da Chamada Pública de apoio à formação e institucionalização de novas incubadoras tecnológicas de economia solidária, realizada pelos órgãos públicos Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério do trabalho e Emprego, Secretaria Nacional de Economia Solidária (MTE/SENAES) e Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, Secretaria de Ciência e Inclusão Social (MCTI/SECIS). Esse primeiro processo possibilitou promover a formalização da cooperativa, a partir da associação de produtores que existia à época, com a emissão do CNPJ da CooperCarajas e fortalecimento social do grupo de agricultores familiares participantes.
Em 2017, com o lançamento do Edital CNPq e Ministério do Trabalho (Mtb/SENAES), com a  Chamada Pública de Incubadoras de Empreendimentos Econômicos Solidários, foi possível retomar o apoio e suporte às articulações antes iniciadas pela CooperCarajas, mas que por falta de recursos de todas as ordens, ficaram paradas. Iniciativas como a elaboração e execução de feiras agroecológicas, organização, pela cooperativa, do processo e gestão produtiva nos assentamentos, organização fiscal e documental para promover a comercialização, entre outras atividades, puderam ser retomadas.
A partir dos recursos financeiros liberados para o projeto aprovado nesse segundo Edital, no valor de R$ 100,000,00, sendo 35% para investimentos, 15% para gastos correntes, e 50% para bolsas de estudantes e pesquisadores, deu-se início às atividades de reorganização e articulação social, em Março de 2018. 
Em Maio, com 23 filiados fundadores e mais cinco novos associados, foi realizada a assembleia de cooperados, para retomada do funcionamento da cooperativa. Em Julho, foi estabelecida a primeira feira agroecológica da CooperCarajas, em parceria com a administração de um condomínio, em Brasília.
De lá para cá, a CooperCarajas pode regularizar toda sua documentação e abrir conta bancária, para registrar sua movimentação financeira e regularidade fiscal. Ainda, com a intermediação da ITCP, novas frentes de feiras têm sido proporcionadas, como também, pela articulação e envolvimento dos dirigentes da cooperativa, outras frentes de comercialização estão sendo abertas, inclusive na participação de editais para comercialização da produção dos assentamentos participantes.
A cada assembleia realizada, novas adesões de assentados à CooperCarajas tem acontecido. Atualmente, a cooperativa conta com 60 filiados, representando nove assentamentos produtivos da reforma agrária, sendo que a maior parte dos filiados possuem o Documento de Aptidão ao Pronaf (DAP), documento fundamental para os negócios do agricultor familiar. Em assembleia, a atuação produtiva da cooperativa foi dividida por regionais, visando ao planejamento e distribuição da produção em cada território, para facilitar o escoamento e comercialização dos assentamentos rurais.
Outra frente de comercialização da CooperCarajas são as Cestas Agroecológicas Camponesas. Atualmente, existem três pontos de distribuição, em Brasília, envolvendo mais de 70 famílias que pagam mensalmente um valor fixo e recebem semanalmente uma cesta de produtos agroecológicos.
Pode-se constatar, até agora, que o trabalho de interação técnica e social da ITCP junto à CooperCarajas, nessa segunda fase que ainda não completou um ano, apresenta resultados satisfatórios, considerando a aposta dos agricultores familiares na CooperCarajas, por meio da ampliação de filiados, bem como, dos resultados financeiros dos processos de comercialização realizados até então. Em seis meses de fluxo financeiro da cooperativa, observou-se um faturamento nominal de, aproximadamente, R$ 80.000,00, resultado muito positivo, tendo em vista as condições e dificuldades operacionais iniciais.

ACANT/CARAJAS: uma ferramenta necessária

Para atender uma demanda objetiva da cooperativa, o projeto previu a Meta 3: Desenvolver instrumentos de gestão, planejamento e controle da produção, beneficiamento e comercialização da produção da cooperativa CoopCarajas.
Desde a década de 1990, busca-se desenvolver uma solução tecnológica para gestão da produção dos assentamentos, e uma delas foi criada como um plano de contas para o agricultor, disponível em computador, chamada Acant, onde o agricultor podia registrar as entradas e saídas financeiras, as vendas e os gastos com a produção. Essa solução foi utilizada por alguns assentamentos rurais, porém, pela sua relativa complexidade, foi descontinuada ou pouco utilizada.
Realizamos o levantamento de diversas ferramentas tecnológicas prontas e disponíveis, com custos mensais de manutenção a serem arcados pela cooperativa, o que seria inviável no momento inicial de instalação da CooperCarajas.
A partir disso, retomamos a utilização do Acant como possibilidade de gerar informação e promover a gestão dos negócios cooperativos. No primeiro momento, como teste, selecionamos alguns produtores do Assentamento Pequeno William para realizar os registro das vendas. Os registros eram digitados por um bolsista dentro do sistema base do Acant. Esse movimento de utilização do Acant, agora com melhorias e facilidades de digitação, foi realizada a parceria com o coletivo LabDadosBrasil, formado por experientes em Tecnologia da Informação e vinculados aos movimentos sociais e políticos de Brasília. Após alguns meses de coleta de dados desses agricultores selecionados, a base de dados foi migrada para a nova plataforma Acant/Carajas, que utiliza o sistema de inteligência de negócio (BI), com a ferramenta de tratamento de dados chamado Pentharo, softwere livre e gratuito, utilizado por diversas organizações em todo o mundo. A partir da entrada de dados, que pode ser inclusive por acesso de celular conectado à internet, o BI possibilita a emissão de diversos relatórios e visões. Por exemplo, é possível emitir um relatório de todos os negócios por agricultor, dentro de datas previamente difinidas. Também é possível ver relatórios por Núcleos de Produção, somando os diversos produtores daquela região, até ver toda a movimentação da cooperativa.   Dessa forma, o Acant/Carajas é uma ferramenta estratégica de gestão e de informação para a CooperCarajas, porque vai possibilitar o planejamento da produção, definir os melhores pontos para comercialização e entender o fluxo de demandas dos alimentos agroecológicos.
O desafio colocado nessa fase final do projeto é fazer com que o sistema de gestão seja entendido e assimilado por todos os cooperados, para que todos utilizem a ferramenta fazendo os seus lançamentos diários.
O modelo encontrado foi o de facilitar o processo de inserção de dados. A ideia foi ter um “caderninho de anotações” eletrônico, para que nenhuma informação seja perdida.

Encontro da Economia Solidária do DF e Entorno

O Encontro aconteceu no dia 27 de Abril de 2019, no Centro Público de Economia Solidária (CPES) – SCN Quadra 1, em Brasília, e contou com a participação de 44 pessoas de diversos empreendimentos econômicos e solidários. O objetivo foi o de articular as principais frentes de desenvolvimento da Economia Solidária local, para preparar as atividades e enfrentar os desafios do próximo ano, com o cenário dos novos governos federal e distrital, para promover o Território articulado, com gestão social, fazendo negócios cooperativos entre os EES. Essa atividade tem relação com a Meta 6 deste Projeto, com o intuito de desenvolver e implantar um ciclo de conferências e palestras sobre a estrutura da economia solidária no Brasil, no Centro-Oeste, e no DF, e a necessidade deste tipo de política pública receber aportes de ensino, pesquisa e extensão tecnocientífica
O chamado ao Encontro foi dirigido a dirigentes de cooperativas, associações e grupos de EcoSol do DF e Entorno, ativistas, pesquisadores e assessores de organizações que militam sobre o tema do desenvolvimento produtivo e ambiental, com inclusão social. A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP UnB FUP) organizou o Encontro em parceria com o Centro de Estudos e Assessoria (CEA) e o Fórum de Economia Solidária do DF e Entorno (FESDFE).
No debate, foram apresentados dados sobre o aumento de desemprego no DF (19%) e no país (13%) e diminuição da carteira assinada. É uma realidade para a qual devemos olhar pois gera uma demanda para que a economia solidária possa colaborar. Em maio acontecerá o V Congresso da Rede de ITCPs no Rio de Janeiro/ RJ. O campo de desemprego será objeto de debate e construção de propostas.
Além disso, foi considerado importante analisar o legado sobre o trabalho no país. Hoje a população em idade ativa do país – entre 15 a 65 anos (PIA) está na faixa de 170 milhões de pessoas, enquanto a população economicamente ativa (PEA) é de 100 milhões. Importante a análise destes números para articular a economia solidária junto à faixa de população que está à margem, mais de 70 milhões. O governo tem cortado recursos que poderiam gerar trabalho. Encontramos muitas pessoas na informalidade e organizando empreendimentos solidários. O desafio é de organização deste público.
Analisou-se que há um movimento das organizações nacionais ligadas ao agronegócio (ex. CNA) de se apropriarem do acumulado de construções da política pública da agricultura familiar. O selo da agricultura familiar está sendo substituído por outro chamado AgroArte. O MAPA hoje certifica a agricultura familiar. A avaliação é de que pessoas acampadas não terão acesso a reforma agrária ou políticas públicas da agricultura familiar. A máquina do agronegócio está dando um verniz social para o trabalho deles. Há lideranças se iludindo com o diálogo com a direita.
Houve uma perda na economia solidária quando ao longo do tempo, no seu debate, concentrou na própria pauta perdendo a oportunidade de diálogo e articulação com “outras economias” que debatem também a transformação social e econômica da sociedade. No Centro Público tem os dois pontos de convivência das Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA) Gaspar Martins e Paulo Freire. O CSA tem por base a economia associativa e agroecologia. O diálogo articulado entre todas as economias que propõe a transformação do atual sistema é importante e imprescindível neste momento.
A realidade de alguns agricultores e da agricultura familiar em assentamentos e projetos de assentamentos é de contato com leis que “são feitas para prejudicar quem tem menos conhecimento”. A realidade de muitos grupos é de necessidade de aumentar a renda e adquirir a infraestrutura para produção. Em Flores de Goiás (GO) a realidade de algumas comunidades é de falta de água e luz. Quem está na terra precisa produzir, enfrenta realidade de estar sem condições, se sai da terra perde o espaço e por outro lado está com infraestrutura e condições para produzir muito precária. Foi organizado no município uma feira com 40 famílias agricultoras, atualmente só tem 25 produtores, os demais deixaram de participar porque não conseguem produzir. Esta também é a realidade de comunidades rurais no DF, a exemplo do PA Renascer em Sobradinho. 
Os produtores de Flores de Goiás já conseguiram espaço para vender no Ceasa do DF, entretanto não tinham como trazer a produção para ser comercializada. Vivenciam muita frustração. Falam de pesarmos ações que tenham efetividade prática na realidade destas comunidades.
Em nível nacional, avaliou-se que há uma negação da política de trabalho e da economia solidária. No Ministério da Cidadania, na pasta onde ficou a economia solidária, a secretária de inclusão produtiva urbana ainda não foi empossada até o momento. Há no momento dois decretos que colocam o Conselho Nacional de Economia Solidária no Ministério da Economia e no Ministério da Cidadania. 
É importante defender este espaço. Importante acompanhar a tramitação das leis: LCP 167 – Dispõe sobre a Empresa Simples de Crédito (ESC) e altera a Lei nº 9.613; PLC 137/2017 – o Projeto de Lei da Economia Solidária.
Foi apontado como ação importante pensar na sustentação dos processos de advocacy e incidência política. É uma ação que demanda tempo e dinheiro, é preciso ter pessoas que deem suporte e fiquem disponíveis para este trabalho. No caso do DF a secretaria de principal referência no diálogo com a política pública de economia solidária – Secretaria do Trabalho, está recuando suas ações, o espaço do subsolo onde tem o Centro Público EcoSol DF foi entregue para Secretaria de Atendimento Comunitário, exigindo iniciar novamente todo o diálogo.
O Encontro produziu as seguinte propostas: 1. Definir estratégias de defesa e instalação do Conselho Nacional de Economia Solidária. Melhorar o uso das emendas impositivas, fazer mais uso deste mecanismo para fortalecer os grupos. 2. Definir ações de sustentabilidade para articular uma rede de pessoas para trabalhar a incidência para projetos, captação de emendas, fortalecimento da política pública de economia solidária. 3. Construir a integração campo-cidade. Levar o debate de como está o campo para a cidade e vice e versa. Debater estratégias de resistência em conjunto. 4. Focar em cinco eixos de ação: trabalhar a produção – comercialização – consumo de forma integrada; acesso às tecnologias sociais e inovação; identificação e disseminação das boas práticas de trabalho; políticas públicas e ampliar o espectro do debate sobre as economias que propõe a transformação do mundo. 5. Identificar quais são as iniciativas de EcoSol, o que estão fazendo e onde estão. Buscar identificar o que pode ser articulado entre si. 6. Buscar as organizações de apoio (ongs e universidades) para ajudarem na assistência técnica, estruturação dos grupos e incidência na política pública. 7. Propor ações de sustentabilidade do trabalho de incidência para projetos, emendas, fortalecer a política pública ecosol. 8. Incluir os grupos da ecosol na loja virtual (whatssap). Incentivar a organização de grupos de consumo. 9. Incentivar espaços de convivência para aproximar a população em geral. Os grupos de consumo cumprem este objetivo. 10. Promover o convite para a feira da Lua em Flores de Goiás no dia 08/06/2019 para que o grupo presente conheça a realidade do município. Foi proposta a organização de uma programação de três dias com oficina que trabalhe questões referentes aos mecanismos de acesso às políticas públicas e investimento. 11. Aproximar os assentamentos dos NEIAS (Núcleos de Agroecologia) das universidades. 12. Promover mais espaços de reflexão sobre a realidade. 13. Propagar atividades conjuntas da economia solidária, a exemplo de uma feira do DF periódica, que incida na cidade. 14. Estruturar ações de comunicação e mobilização social.
Como meio de encaminhar as propostas, foram criados três grupos de trabalho para coordenar as ações a serem desenvolvidas no próximo período: GT Comercialização e Consumo, GT Articulação de Políticas Públicas e Parlamentares, e GT de Fortalecimento Institucional da Economia Solidária.

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